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Inflação oficial tem menor resultado do 1º trimestre desde o início do Plano Real

Inflação oficial tem menor resultado do 1º trimestre desde o início do Plano Real

Para o mês de março, é o menor resultado desde 2012; índice ficou em 0,25%, menor que em fevereiro (0,33%).

A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), perdeu força de fevereiro para março, passando de 0,33% para 0,25%, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7). Para o mês de março, é o menor resultado desde 2012, quando ficou em 0,21%.

No acumulado do ano, o índice ficou em 0,96%, o menor para o 1º trimestre desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 182,96%, segundo o IBGE, e bem menor que os 2,62% registrados no mesmo período de 2016.

No acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,57%, ficando mais próximo da meta de inflação do Banco Central, de 4,5%, e menor que os 4,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016, o IPCA foi de 0,43%.

“Esse primeiro trimestre do ano mostra, claramente, um efeito demanda. A renda do brasileiro está diminuindo, o desemprego está aumentado, e isso se reflete instantaneamente sobre o comércio, sobre os preços e dificuldades de vários agentes econômicos até de repassar alguns custos que estejam represados”, diz Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Inflação pelo IPCA nos últimos 12 meses até março (Foto: Editoria de arte/G1)
Inflação pelo IPCA nos últimos 12 meses até março (Foto: Editoria de arte/G1)

 

Principais impactos na inflação

O maior impacto veio da energia elétrica, que teve alta de 4,43% no mês passado. De acordo com o IBGE, o resultado “reflete a cobrança da bandeira tarifária amarela no valor de R$ 2,00 a cada 100 kwh consumidos, aliada a aumentos ou reduções nas parcelas do PIS/COFINS, dependendo da região pesquisada”.

Além da alta na conta de luz, o aumento de 1,13% no preço do botijão de gás elevou as despesas com habitação em 1,18% no mês.

O grupo alimentação e bebidas mostrou aceleração para 0,34% em março, ao passo que, em fevereiro, havia apresentado queda de 0,45%. Em março do ano passado, o grupo acumulava alta de 4,65% nos últimos 12 meses. Em março deste ano, o índice foi de 0,24% na mesma base de comparação, segundo o IBGE.

Produtos importantes na mesa do consumidor, como o leite longa vida (2,60%), o café moído (1,89%) e o pão francês (0,91%), ficaram mais caros de fevereiro para março.

Os que ficaram mais caros, na ordem, foram tomate (14,47%), açaí (8,47%), cenoura (6,83%), ovos (5,86%) e batata inglesa (5,08%) – veja mais na lista abaixo.

Já os feijões, que foram os vilões da inflação no grupo da alimentação e bebidas no ano passado, ficaram novamente mais baratos de um mês para o outro. O preço do feijão preto caiu 9,11%, o do carioca, 5,59%, e o mulatinho, 4,5%. Em fevereiro, o feijão carioca já havia ficado 14,22% mais barato, e o preto, 9,22%.

“O primeiro trimestre de 2016 apresentou taxas muito altas, principalmente por influência dos alimentos. Com a retirada dessas taxas mais elevadas, o que a gente vê é uma ladeira abaixo da inflação em 2017”, destaca Eulina. “Mas não significa que os preços estão caindo, mas que estão subindo menos”, completa.

Inflação pelo IPCA mensal em março (Foto: Editoria de arte/G1)
Inflação pelo IPCA mensal em março (Foto: Editoria de arte/G1)

 

Segundo Eulina, os alimentos subiram em março, principalmente, porque caíram muito em fevereiro. “Com toda a safra de grãos prevista para o ano, que é muito grande, em fevereiro ela estava escoando. Esse movimento [de alta nos preços dos alimentos de fevereiro a março] pode ser explicado por conta, por exemplo, dos itens da Semana Santa”, diz. Ela explica que em geral, no mês de março, por conta da Páscoa, os preços dos alimentos sobem.

Eulina chamou a atenção para nova alta no preço do tomate. Em fevereiro, mantendo uma sequência de queda, o preço do produto recuou em 3,33%. Em março, aumentou 14,47%. Segundo a pesquisadora, essa alta foi puxada pela pressão dos agricultores, que vinham amargando perdas por conta da grande safra. Nos últimos 12 meses, o preço do tomate acumula queda de 26,92%.

Já o chocolate em barra e bombom foi a 4ª maior queda no grupo de alimentos (-4,19%), um mês antes da Páscoa.

Inflação em abril

Para abril, o IBGE aponta que o IPCA sofrerá impacto dos reajustes de preço nas tarifas de água e esgoto de Recife (7,88%) e Curitiba (5,20%), aplicados, respectivamente, em 20 de março e 1º de abril. O reajuste em 9,8% no valor do gás de cozinha também irá afetar o índice. Em contrapartida, as contas de luz sofrerão queda no mês de até 19,5% por conta da restituição aprovada pela Aneel, segundo o IBGE.

Por região

Quanto aos índices regionais, o mais elevado foi o da região metropolitana de Fortaleza (0,64%), onde o item cursos regulares mostrou alta de 8,84%. O menor índice foi o da região metropolitana de Belo Horizonte (0,08%), influenciado pela queda de 2,25% nos combustíveis.

INPC

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). De fevereiro para março, o índice passou de 0,24% para 0,32%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desacelerou para 4,57%, ficando abaixo dos 4,69% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016, o INPC registrou 0,44%.

Os itens que mais subiram em março (em %)

Tomate: 14,47

Açaí: 8,47

Cenoura: 6,83

Ovos: 5,86

Batata-inglesa: 5,08

Pescado: 3,43

Leite longa vida: 2,60

Alho: 2,36

Café moído: 1,89

Frutas: 1,39

Hortaliças: 1,32

Pão francês: 0,91

Pão de forma: 0,80

Iogurte: 0,77

Chocolate e achocolatado em pó: 0,73

Refrigerante fora: 0,63

Lanche fora: 0,52

Os itens que mais caíram:

Feijão-preto: -9,11

Feijão-carioca: -5,59

Feijão-mulatinho: -4,50

Chocolate em barra e bombom: -4,19

Farinha de trigo: -3,50

Açúcar cristal: -2,19

Açúcar refinado: -1,65

Óleo de soja: -1,25

Arroz: -1,13

Carnes: -0,96

Refrigerante: -0,75

Cebola: -0,63

Cerveja: -0,63

Fonte: g1.globo.com

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